Formaçāo da civilizaçāo açucareira

    Para entendermos esse conteúdo é preciso saber o que é o agronegócio: o agronegócio é uma atividade central para a economia de um país, muitas vezes em detrimento do pequeno e do médio produtor. 

A conquista europeia

    No território que hoje é o Brasil, Pedro Álvares Cabral solicitou com que um jovem condenado fosse viver com os nativos para entender seu modo de vida. Em mais ou menos 1525 começaram a vir para o Brasil naufrágios, muitos deles eram condenados ao degrado no Brasil, enquanto outros eram pessoas que discordavam de seus comandantes e ficaram sem terra. 

    Muitos deles eram homens brancos e europeus, que acabaram convivendo com os nativos e casando com as filhas dos principais chefes indígenas e assim acabaram fazendo um papel importante para as tribos. As mulheres eram preparadas para os homens que eram de fora, em caso que fossem capazes para ajudar a tribo de forma comunitária. Caso fosse aceito como "noivo", ele teria a obrigação de trazer benefícios para o grupo, como objetos de ferro, que para eles era considerado poder. Muitos chefes viram a oportunidade de se juntarem a esses europeus, oferecendo suas filhas, e caso isso já houvesse acontecido, os chefes tentavam arrumar uma segunda mulher para seus "genros". 

    É bom lembrar que essas alianças não foram a única reação dos ameríndias aos europeus. Ocorreu também reações violentas em qual os nativos negavam estabelecer acordos pacíficos com os colonizadores. Mas os portugueses também necessitavam de vantagens econômicas, dando início a exploração do território. Ainda não haviam encontrado algo tão precioso, mas conseguiram identificar uma árvore frondosa, que no Oriente era bem conhecida como uma boa especiaria, que era capaz de alcançar grandes preços, essa árvore chamava-se: pau-brasil.


Capitanias hereditárias: os laços de nobreza

    Em dezembro de 1530, Martim Afonso de Sousa foi convocado para uma missão do rei de Portugal, que era demarcar os domínios sobre as terras brasileiras. Essa missão levou um ano atravessando todo o litoral desde a foz do Rio do Amazonas até a Foz do Rio da Prata. Nesse percurso, capitão-mor reconheceu os genros dos chefes indígenas como liderança locais e analisou os potenciais econômicos das recentes terras descobertas. Fazendo assim contato com João Ramalho, futuramente irá naufragar no litoral São Vicente, por volta de 1512 e que ocorrerá os negócios entre indígenas e os europeus referente as alianças por meio de casamentos. 

    João era casado com mais de trinta mulheres. Isso significava comando sobre uma aliança militar que garantia prestígio cultural e predomínio sobre as trocas econômicas. Martim Afonso fundou a vila de São Vicente, ele cedeu titulos de sesmarias aos portugueses indianizados, permitindo a instalação de um ritual eleitoral para o funcionamento de câmaras municipais.

    Observação: sesmarias eram pequenos lotes de terras doados aos colonos portugueses. 

    Portugal continuava endividada, sua produção agrícola sofria por conta das condições climáticas, e não continha recursos para arcar sozinha com a colonização de um território tão grande como o Brasil. A missão de colonizar foi passada para particulares, e passou a ter um sistema chamado capitanias hereditárias, que era a divisão territorial e administrativa da colônia, sendo assim o território era dividido em faixas de terras, que era comandada pelo rei e empreendedores que tinham papel governamental, em troca dos quais cobravam impostos como benefícios, embolsando a diferença em forma de lucros. 

    As obrigações sobre a parte cedida ficavam na carta de doação, o que ficava registado nessa carta era: o domínio sobre a porção de terra; as regras de transmissão desse domínio para herdeiros; e os poderes de governo relacionado ao controle de justiça e vida civil. Existia um outro tipo de carta também, chamada foral, só que essa carta era sobre os vínculos entre o rei e as partes das iniciativas privadas, era comum em territórios europeus no qual um pedaço de terra que os moradoras das vilas ficavam sob a autoridade e sem intervenção dos senhores feudais ou dos clérigos. 

    O rei além de conceder a capitania, concedia também poderes ao donatário de criar vilas ou escravizar os nativos. Com a possibilidade do sistema de capitanias, a Coroa evitava despesas na colonização, assegurava renda para adquirir tesouros, e o mais importante, estabelecia no território uma tipo de governo submetido a Portugal, já os empreendedores garantiriam a segurança do local e investigariam na montagem da operação para obter lucros. 

    No Atlântico, o sistema funcionou na instalação de engenhos de açúcar, que era um produto que estava muito em alta no mercado no mundo inteiro. Com esses engenhos os operadores deviam pagar impostos aos donatários, que repassavam parte do dinheiro ao rei. Houve 12 interessados em 15 faixas de terras brasileiras, e os limites eram estabelecidos do norte ao sul da colônia, na faixa litorânea. Já aos limites do oeste, eles eram bem elásticos.

    Na tentativa da adição das capitanias hereditárias no Brasil, houveram vários desafios, alguns deles são: o território estava sobre domínio de piratas e corsários (ingleses, espanhóis e franceses) e já tinham adquirido um bom conhecimento dos pontos estratégicos. Também houve um segundo problema, estava ocorrendo um efeito das reformas religiosas, gerando tensões entre católicos e protestantes, e entre cristãos e judeus. Além desses dois problemas houve mais um, que foi a manutenção das alianças locais entre as tribos e os europeus, acontecendo a seguinte situação: qualquer iniciativa da Coroa teria que saber combater com a presença de laços comunitários entre portugueses e franceses indianizados capazes de promover a sustentabilidade das relações econômicas no cotidiano colonial. 

    Sete lotes permaneceram para o governo da aliança entre franceses e nativos, já a Coroa apenas duas prosperaram, que foram as capitanias de São Vicente e Santo Amaro. Martim Afonso e seu irmão Pero Lopes souberam conceder de forma certa cargos oficiais e títulos de nobreza aos aliados e formando alianças locais, e também promover a instalação de engenhos do açúcar. A, e outra capitania que deu certo, foi a de Pernambuco, que funcionava do mesmo jeito que de São Vicente. 


O governo-geral e a presença jesuítica

    Com o fracasso da capitania hereditária, fez com que Portugal fosse obrigada a buscar novas formas de reforçar o pacto colonial nos territórios brasileiros, isso significava que, deveria encontrar meios de controle sobre o fluxo econômicos, dízimos, impostos e lucros e administrar o jeito que a população deveria viver. O pacto colonial exigia que só poderia comercializar produtos externamente com a metrópole ou de um jeito que a beneficiasse diretamente. E a exploração da colônia passou a usar o sistema de plantation, que era principalmente a monocultura e a mão de obra escrava. 

    A lavoura da cana-de-açúcar se expandiu de Pernambuco, para Paraíba, ao Rio Grande do Norte e à Bahia e se encaminhava para Sergipe e Alagoas. Com o avanço do engenho chegou a rede hidrográfica, que consistia em os rios ajudarem a irrigar lavouras e dos vazamento ao que era produzido em direção ao litoral. O açúcar naquela época era  utilizado tanto para culinária quanto para medicamentos, sendo assim o açúcar passou a ser uma das especiarias mais desejadas. 

    A colonização portuguesa a tomar novos sentidos, pois não se sabia a totalidade do território brasileiro, e isso que os portugueses conheciam bem a faixa litorânea e perceberam a necessidade de uma ocupação mais efetiva no local e também uma mão de obra que oferecesse um suporte a nova escala internacional da economia. Por conta disso, em 1549, anunciaram a instalação do governo-geral, que ocorreu no Brasil até a chegada da família real, e que buscava a centralização administrativa da colônia, houveram algumas novidades em relação a capitania foram elas: o próprio rei era o capitão-mor e assumia os mesmos poderes que já haviam concedidos aos donatários, esses poderes eram de como criar vilas, distribuir licenciamentos de terras, cobrar impostos e ter algumas garantias jurídicas. 

    Tomé de Sousa, um fidalgo, foi o primeiro governador-geral que passou a ter poderes temporários e a adição de algumas regras. Esse novo governo teria dois alicerces: os indígenas e os vassalos. O rei queria converter os ameríndios ao catolicismo, isso serviria para expandir mais o seu território. Esse processo só ocorreu por conta Companhia de Jesus, membros dessa companhia são chamados de jesuítas. 

    Em 1549, desembarcaram no Brasil os jesuítas com a missão de deslocar a população nativa para núcleos religiosos. A tentativa deu certo, a Companhia de Jesus passou a observar os indígenas como pessoas de direitos naturais, com isso veio a proibição da escravidão, exceto quando motivada pela chamada guerra justa, justificada pela recusa da fé católica.


Casa-grande, senzala e engenho

    Com o passar do XVI, apareciam novos desafios para a manutenção econômica da colônia. Os jesuíticos, tiraram o alcance dos colonos a disponibilidade da mão de obra nativa e também possibilitava à igreja a acumulação de excedentes econômicos gerados pelos nativos. Com esses novos "problemas", a Coroa portuguesa trouxe para o Brasil, que era a escravização de africanos. 

    Em 1560, a presença de africanos foi mais constante nos engenhos brasileiros, e as importações alcançaram o número de 3 mil pessoas por ano. Já em 1638 juntamente com á mão de obra afro-brasileira eles compunham quase o número total dessa força. Com essa população trabalhando nos engenhos, novos critérios eram expressos e a oposição entre preto e branco definia as diversas funções sociais, fazendo com que preconceitos e discriminações fossem mais comuns. E vale ressaltar, essa relação entre portugueses e África já tinham um tempo, havia atividades portuguesas no Rio Senegal. 

    O açúcar foi o mais importante para para o aprendizado das pessoas no mercado, que num sistema que gera um grande lucro para os negociantes africanos, para a Coroa portuguesa e também para os comerciantes brasileiros. Com isso, o tráfico negreiro se tornou uma atividade de alto lucro, mas bastante arriscada, os navios tumbeiros levavam de setenta a cem dias para sc conectar as costas atlânticas do Brasil e da África, levando açúcar e trazendo especiarias negras.

    No início, os engenhos eram locomovidos por meio de animais ou pela mão de obra escrava. E o que era a casa-grande? ela se situava próxima ao engenho. Ela era a casa do proprietário e agregava as funções de fortaleza, hospedaria e escritório. Normalmente tinham dois andares, eram feitas de taipa e telhado de sapé. Era comum os proprietários dos engenhos próximo do litoral fizessem delas ícones do seu prestígio econômico e sua posição política na colônia. E a senzala, o que era? era a parte contígua da casa-grande, toda casa-grande deveria ter uma senzala, que no caso  era uma moradia separada da principal casa, que era feita para abrigar muitos cativos.


Escrito e publicado por: Beatriz Vendeiro, Davi Junqueira e Gabriel Adriani.


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