Território brasileiro em disputa

    A disputa pelo território brasileiro se deu em relação à conquista de novas terras, especialmente no Estado de São Paulo. O Império Português queria expandir seu território e estabelecer uma capital que seria central para o comércio.Estas disputas normalmente estão relacionadas à posse de recursos naturais, como rios, terras férteis, recursos minerais como o petróleo, embora também possam ser fomentadas por questões culturais, religiosas ou étnicas.

    A formação do território brasileiro começou antes da chegada dos portugueses.Para evitar conflitos entre Espanha e Portugal, os dois países assinaram o Tratado de Tordesilhas (1494). Este estabelecia os limites das terras a serem ocupadas e exploradas na América.A primeira região a ser povoada pelos portugueses foi o litoral, especialmente o nordestino. Ali se estabeleceram as plantações de cana de açúcar, os engenhos, e os portos. Paralelo a isso, os colonos organizavam expedições em busca de mão de obra, metais e pedras preciosas.

Brasil francês (1550-1612)

    A primeira tentativa de ocupação mais   efetiva foi realizada em novembro de 1555, quando o fidalgo Nicolas Durand de Villegagnon chegou ao território onde hoje está localizado o estado do Rio de Janeiro.

    A França Antártica foi inaugurada pelo Fidalgo, que ocupava uma área que ia da atual região de Bertioga, litoral sul do estado de São Paulo até cabo frio, na Região dos Lagos, no estado do Rio de Janeiro. Acompanhado de 600 homens de todos os tipos de profissão.

    A aliança matrimonial era a linguagem política de muitos povos indígenas, os soldados e os marujos da comitiva francesa perceberam que os casamentos com as indígenas poderiam dar lhes uma vida nova, diante disso Fidalgo enfrentou baixa entre homens, fugas entre outras coisas e para as coisas não saírem de controle pediu ajuda a João Calvino.

    João Calvino um dos principais nomes da Reforma Protestante, enviou representantes do protestantismo com objetivo de pacificar o convívio na França Antártica e converter os nativos a fé calvinista.

    Um dos representantes era Jean de Léry  que relatou suas impressões sobre a fauna e a flora e as paisagens em geral. Pode se dizer que Léry já exercia no século XVI o que chamamos hoje de relativismo cultural, um importante exercício que envolve a capacidade de nos colocarmos no lugar das outras culturas a fim de compreender suas referências dentro de seu próprio contexto social e histórico.

    Confederação dos Tamoios era a aliança liderada pelos tupinambás, aliados dos franceses. Que estava em constante guerra com João Ramalho, que era líder de uma aliança dos povos guaianases.

    Com a chegada da esquadra armada de Estácio de Sá e Mem de Sá (1558-1572)se deu o auge dos conflitos. Ambos tinham entre suas missões alcançar a vitória sobre a Confederação dos Tamoios, expulsar os franceses do território brasileiro e consolidar o pacto colonial português. 

    Estácio de Sá declarou vitória sobre os franceses em março de 1565, após conseguir o apoio da Companhia de Jesus, além de contar com guerreiros paulistanas liderados por João Ramalho. Após isso fundou a cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro.

    Expulsos do Rio de Janeiro, os franceses tentaram colonizar a região do Maranhão, de 1612 a 1615, à época habitada por cerca de 10 mil tupinambás. Os piratas e os corsários dominaram uma região com o apoio do rei e de investidores franceses, ali fundaram aquela que foi a primeira e única capital Francesa no Brasil.

    A ocupação chamada de França Equinocial, não vingou. Sendo assim as alianças militares estabelecidas entre os nativos e os colonos portugueses da região Nordeste foram decisivas para a expulsão dos franceses, que fundaram a Guiana Francesa na década de 1620.

O cenário brasileiro com a União Ibérica

    Desde os meados do século XVI investidores e flamengos contribuíam com capital e embarcações dedicadas à exportação de pau-brasil e do açúcar, além disso as urcas também eram embarcações típicas dos países baixos .

    As divergências religiosas passaram a ter impacto decisivo na direção econômica das emergentes nações europeias. Isso porque a reforma religiosa-iniciada por Martinho Lutero-, entre outros aspectos, passou a dar centralidade a individualidade e a livre tradução dos textos sagrados na condução dos assentos religiosos.

    O calvinismo trouxe uma nova contribuição ao associar a individualidade valores morais como austeridade, rigor e disciplina. Em última instância, o calvinismo considerava o investimento no  trabalho acúmulo de riquezas Algo similar ao investimento na espiritualidade.

    A partir de 1580, a coroa portuguesa estava sob domínio da coroa espanhola. Isso ficou conhecido como união ibérica e se estendeu até 1640, tendo desdobramentos decisivos na história colonial brasileira. O rei Filipi II, da Espanha , representante da dinastia habsburgo, assumiu o comando da união ibérica, controlando, então, um território que ia do extremo oriente até a América ardina.

    A Holanda esteve sob domínio hasburgo até 1581, quando declarou sua independência em meio a guerra dos anos 80. Como a Espanha não conhecia a independência holandesa as duas nações continuaram em conflito na Europa. 

    A decisão holandesa de implantar um governo Brasil passou pela criação de uma empresa. A Companhia das índias ocidentais criada em 1621. Essa medida queria reunir diversos interesses de investidores e empreendedores afim de vender ações da companhia e, assim, montar uma organização capaz de gerar lucros em território brasileiro. Essa guerra também tinha veis religiosos, visto que o calvinismo ganhava adeptos nos países Baixos, enquanto a Espanha assumiu a união ibérica, com um dos pretextos a defesa da moral católica em seus domínios.

    O governo holandês era o principal acionista da companhia das índias ocidentais, a igreja calvinista se propunha a ser a religião oficial do país. os primeiros anos da companhia foram marcados pela pirataria, ele sempre tiveram uma marinha forte, mas não contavam com recursos humanos. Com isso Brasil passou A ser visto como algo promissor no contexto da união ibérica. A Espanha tentou estrangular O comércio Flamengo, que estava bem consolidado entro Brasil e os cofres português. A reação flamenga foi rápida, a companhia das índias ocidentais passou a almejar zonas açucareira brasileiras no controle de suprimentos de africanos escravizados.

    O primeiro ataque holandês fui à Salvador, em maio de 1624, a cidade foi ocupada em 24 horas. A estratégia era impor A rendição aos colonos Vou dominar os principais pontos comerciais da costa. A população refugiou-se no interior da região e construiu uma  forte rede de solidariedade em busca de mantimentos.

Enquanto isso, a resistência militar foi sendo construída pelos que eram chamados de “homens bons “senhores de engenho, guerreiros nativos que adotaram práticas  de guerrilheiros no interior para blindar os holandeses na capital ,na espera de reforço militar vindo de portugal, levaram 2654 caixas de açúcar, couro, tabaco, algodão, ouro e prata. 

    Apesar da rendição os holandeses continuavam com os ataques, contando com a ajuda do almirante holandês Peter Heyn. As investidas contra a união ibérica, em 1630, foram aceleradas, porém se destinaram a próspera capitania de Pernambuco, que na época contava com mais de 120 engenhos em plena atividade, a localização era estratégica, encurtava a viagem para Europa em 1 semana.

    Olinda foi tomada em fevereiro de 1630. A partir de então, os holandeses mantiveram a estratégia anterior: saques e devastação de igrejas e armazéns, domínio de fortes e guarnições militares e expulsão tanto dos padres regulares quando dos pertencentes, passaram a contar com o auxílio de nativos portiguares convertidos para a construção de novas alianças com os nativos locais.

    Com o tempo o domínio holandês se estendia em toda pernambucana. Foram surgindo vários desafios, grande parte dos investimentos flamengos era destinada a manutenção militar. Assim ,do ponto de vista econômico era preciso reativar os engenhos e fazer fluir O açúcar e seus derivados para o mercador europeu ,e ,para isso , ela também necessário Rearticular O tráfico negreiro.

    Do ponto de vista religioso a igreja calvinista esperava ganhar alguma coisa, mas os colonos católicos assim como os indígenas, tinham dificuldade com a língua e não compreendiam os métodos.

    Diante desses impasses a solução encontrada foi entregar  o governo de Perrnambuco, a um nobre de origem alemã, o príncipe Maurício de Nassau.Militar e com prestígios entre os acionistas da companhia das índias ocidentais, investido de autoridade e autonomia para transformar a região nordeste do Brasil. 

A retomada da Coroa portuguesa 

    Em 1640, a Liga Ibérica terminou com um movimento conhecido como "Renascimento". Este movimento significou a restauração da autonomia política em Portugal, agora sob a dinastia de Bragança, cujo primeiro rei foi D. João IV. 

    A aliança entre os portugueses e a República das Províncias Unidas, seus aliados na luta pela independência contra a Espanha, deu uma trégua à luta, o que foi muito benéfico para o comércio holandês nas colônias. No entanto, desde a saída do Conde Mauricio de Nassau do governo americano dominado pelos holandeses em 1644, o descontentamento dos colonos cresceu devido à incompatibilidade com a nova direção de administração dos capitães dada pela Companhia das Índias, considerada prejudicial aos seus negócios. 

    Entre outras coisas, a empresa começou a tomar empréstimos de Nassau e, quando esses empréstimos estavam pendentes, os juros aplicados eram extorsivos. Isso ocorre em um momento em que a seca e as inundações alternadas causaram colheitas ruins e os preços internacionais do açúcar caíram cerca de 25%. Além disso, os holandeses passaram a exercer um controle estrito sobre questões religiosas e perseguiram os católicos. Eles proíbem que novos padres venham substituir aqueles que morreram ou estavam doentes. 

    Em 1645, iniciou-se uma revolta contra o domínio holandês, que ficou conhecida como Rebelião Pernambucana. Os fazendeiros João Fernandes Vieira e André Vidal de Negreiros, os índios Filipe Camarão e o negro Henrique Dias lideraram o movimento. Após lutas ferozes como a Batalha do Monte da Stabocas (1645) e as duas Batalhas dos Guararapes (1648 e 1649), os holandeses foram finalmente derrotados. 

    Apesar de expulsos do Brasil, os holandeses não reconheceram a perda da costa nordeste até 1661, quando assinaram a Paz de Haia com Portugal e concordaram em 1669 em receber uma enorme compensação pela terra perdida. 

Publicado por: Beatriz Vendeiro e Davi Junqueira.

Escrito por: 

Juliana Motta - Território brasileiro em disputa.

Nicolly Farias - Brasil Francês.

Rebeca Bueno - O cenário brasileiro com a União Ibérica.

Matheus Orban - A retomada da Coroa portuguesa.